A 14ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil, publicação anual do Instituto Semesp, apresenta um panorama completo e detalhado do setor, abrangendo tanto a modalidade presencial quanto a educação a distância (EAD), das redes privada e pública, de todos os estados brasileiros e suas respectivas mesorregiões.

Para a elaboração dessa 14ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil, o Instituto Semesp usou como guia os Censos da Educação Superior/Inep, de 2009 a 2022, e também bases do IBGE, Novo Caged, RAIS, PNAD/IBGE, de 2017 a 2023, microdados do Enem, Enade e do SisProUni, Pesquisa de Mensalidades Instituto Semesp 2024 e Big Data Analytics. Destaca-se ainda a inclusão da pesquisa inédita Perfil e Desafios dos Professores da Educação Básica no Brasil, realizada pelo Instituto Semesp, no período de 18 a 31 de março de 2024, com docentes das redes privada e pública (municipal, estadual e federal), dos ensinos infantil ao médio.

Esse conjunto de indicadores estatísticos, que engloba números de matrículas, ingressantes e concluintes, taxas de evasão, indicadores de trajetória, taxa de escolarização, cursos mais procurados, bolsas e financiamentos, valores das mensalidades, empregabilidade e renda, perfil dos alunos e docentes, entre outros, é de fundamental importância para compreender o setor, orientar o desenvolvimento sustentável das Instituições de Ensino Superior (IES) e aprimorar a educação acadêmica em todo o país.

Após dois anos consecutivos de fortes impactos em razão da pandemia de Covid-19, a 14ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil aponta uma tendência de retomada do setor. Os dados mostram um crescimento de 5,1% de 2021 para 2022, com maior concentração na rede privada (6,6%). Outra boa notícia é uma desaceleração no ritmo de queda das matrículas presenciais, que vinham diminuindo desde 2015. Foi registrado também uma redução no ritmo de crescimento de matrículas no EAD, sinalizando que o ensino superior pode ter um aumento mais expressivo em 2023 e 2024, com possibilidade de recuperação, inclusive, das matrículas nos cursos presenciais.

O capítulo especial mostra uma série de informações dos cursos de Licenciaturas, que representam 17,7% do total das matrículas do ensino superior, cerca de 1,7 milhão de alunos. Apesar da diversidade de cursos de Licenciaturas ofertados, praticamente metade desses estudantes está matriculada em cursos de Pedagogia, 49,2%, equivalente a 822 mil alunos. No futuro próximo, o Brasil pode enfrentar falta de docentes em áreas específicas, como Química, Física e Biologia. Ressalta-se também a alta concentração de estudantes no EAD, 64,2% das matrículas. Essa modalidade não atrai os mais jovens e é composta, majoritariamente, por um público mais velho.

Especialistas em educação superior foram convidados para comentar esses números, analisar os cenários e as perspectivas dos cursos de Licenciaturas, bem como para responder questões que têm afligido o setor, como a falta de interesse dos mais jovens pela carreira de docência, como reformular para atrair novos alunos, e os impactos da predominância de alunos no EAD. Ao final do capítulo especial, é possível conferir a pesquisa inédita Perfil e Desafios dos Professores da Educação Básica no Brasil, que revela que 79,4% dos docentes já pensaram em desistir da profissão.