Artigo publicado no jornal Centro em Foco, em 03 de fevereiro de 2017

Foi um bom prenúncio a realização, exatamente no dia 24 de janeiro, véspera do aniversário de 463 anos de São Paulo, da reunião na qual o coordenador do “Plano Renova Centro 20-30”, Jorge Silveira Duarte, entregou ao secretário de Gestão da Prefeitura, Paulo Uebel, uma cópia das propostas que envolvem a iniciativa.

O Plano é resultado do esforço de um grupo de voluntários que moram, mantém negócios, trabalham ou estudam na “microrregião” do chamado centro novo de São Paulo, e que sonham com a implantação de um projeto de desenvolvimento local sustentável para requalificar a região até 2020, servindo como “plano-piloto” para possibilitar a sua replicação, até 2030, no centro expandido e nas demais regiões de São Paulo.

Abrangendo um perímetro urbano situado entre as avenidas São João, Ipiranga, São Luís e as ruas Xavier de Toledo e Conselheiro Crispiniano, o “Plano Renova Centro 20-30” aponta o caminho que deve ser percorrido pela comunidade e pelo poder público para alcançar o conjunto de objetivos que trarão melhorias na qualidade de vida da comunidade daquela região da cidade.

“O Renova tem uma relação direta com o Plano Diretor Estratégico da Cidade de São Paulo, que tem um desdobramento nas prefeituras regionais chamado de Plano Regional Diretor, e que deve considerar, por lei, os anseios da comunidade descritos num Plano de Bairro”, como destacou durante a reunião o coordenador Jorge Duarte.

Contando com as parcerias da Fecomercio, FAAP, Centro Universitário SENAC e de Ações Locais (filiadas da Associação Viva o Centro), o Plano busca requalificar a região como início de um amplo propósito, que é tornar a cidade sustentável e com alto nível de satisfação de seus habitantes, com calçadas, praças e ruas limpas, acessíveis e permeáveis, coleta seletiva de lixo efetivamente implantada, fim da poluição sonora e visual, fortalecimento do comércio e das demais atividades econômicas locais, e estimulo à economia criativa e ao desenvolvimento do turismo.

“Foi muito produtiva a reunião com o secretario de Gestão da Prefeitura. Ele se dispôs a encaminhar a nossa proposta ao prefeito e a outros secretários, além de abrir caminho para uma interlocução direta com o prefeito regional da Sé, que é fundamental para os nossos propósitos. Avançamos na articulação com o poder público”, comemorou o coordenador.

Afinal, o que move o grupo de voluntários, que desde agosto de 2015 integra o movimento e vem trabalhando na elaboração do Plano, é conseguir que os espaços públicos possam ser efetivamente ocupados pela comunidade para convívio social, com implantação de novas formas de diálogo e organização social, a partir de uma zeladoria pública e privada eficiente na região.

Nossos próximos passos, a partir dessa interlocução com o poder público, são dar continuidade à elaboração do “Plano Renova Centro 20/30”, com aprofundamento dos temas poluição visual e desenvolvimento do turismo, e incorporar outras iniciativas. Uma delas, que foi citada durante a reunião, é a recuperação da fonte do monumento a Carlos Gomes, na Praça Ramos de Azevedo, ao lado do Teatro Municipal, a partir de uma intervenção urbana naquele trecho do Vale do Anhangabaú.

Atendendo, inclusive, a uma sugestão feita por uma das principais lideranças do Centro, o sempre atuante Carlos Beutel, organizador da Caminhada Noturna pelo Centro, o grupo pretende articular a realização de fóruns sobre cada um dos temas do Plano, com a participação da comunidade e dos secretários municipais correspondentes.

O “Plano Renova Centro 20/30” avança. E São Paulo só tem a ganhar com isso.

Por Carlos Battesti