Quinta-feira, 15 de Setembro de 2022 - 13h55

Eu Tenho Voz faz 1ª apresentação para pais em escola de Jundiaí

Grande número de denúncias de violência e abuso sexual contra jovens na região levou ao encontro para sensibilização de familiares

No último sábado (10), em uma ação inédita do Projeto Eu Tenho Voz, a peça “Marcas da Infância”, que mostra de forma lúdica como evitar o abuso sexual infantil, foi apresentada aos pais dos alunos da EMEB Marly de Matos Mendes Pereira, onde a mesma já havia sido apresentada somente para crianças e adolescentes em 30 de junho. A escola tem 250 estudantes e cerca de 200 pais compareceram ao encontro. Também estavam presentes ao evento, profissionais da equipe técnica do projeto, composta por juízes, desembargadores, procuradores, promotores, advogados, assistentes sociais, psicólogos e educadores.

A idealizadora e coordenadora do projeto e 1ª vice-presidente do Instituto Paulista de Magistrados (IPAM), juíza Hertha Helena Rollemberg Padilha de Oliveira, declarou que “a ação de reunir os pais das crianças pela primeira vez foi para atender a uma grande demanda que o projeto teve em Jundiaí, onde mais de 140 denúncias foram feitas pelas crianças em seis escolas da região, não só de casos de abuso sexual infantil, como também de maus-tratos, violência doméstica e bullying”.

Segundo Hertha Helena de Oliveira “a sensibilização familiar é necessária porque em sete anos de vida do projeto nunca recebemos tantas denúncias e se faz necessário concretizar transformações no núcleo familiar com orientações e educação. O abusador não tem cara de ruim. Ele se comporta normalmente e tem uma vida normal, e nos momentos em que está sozinho vai tentar abusar da criança que está ali na mão. Então acreditar nas crianças é fundamental”, alertou.

Em seguida, a juíza explicou como pais podem detectar que seus filhos sejam vítimas de violência sexual. “O primeiro passo é uma mudança brusca no comportamento da criança. Se é extrovertida, vai começar a ficar quieta e se isolar das pessoas; se é quieta, vai ter comportamentos mais agressivos. Segunda situação é a criança apresentar uma sexualidade precoce demais. Terceira situação, a criança começa a reter a urina e as fezes e a se machucar sozinha. Esse estágio é o mais grave”.

Hertha Helena de Oliveira reiterou aos pais que é preciso conversar com as crianças com atenção e acreditar na história que contam e, caso os pais tenham dificuldade de lidar com a situação. procurar ajuda nos serviços de saúde e de psicólogos, da escola e do Conselho da Vara da Infância e da Juventude. 

A juíza também alertou aos pais presentes sobre os casos de violência. “Não precisamos viver em uma situação de violência e se você estiver em uma situação assim procure ajuda o mais urgente possível, porque sempre há uma solução”, finalizou.

O Projeto Eu Tenho Voz levará a peça “Marcas da Infância” para todos os pais das escolas de Jundiaí onde já foi apresentado somente para crianças e adolescentes: EMEB Nassib Cury, EMEB Beatriz Blatner Pupo, EMEB Deodato Jansky, EMEB Judith Almeida Curado e EMEB Janet Ferreira Prado.
Sobre o IPAM -- O Instituto Paulista de Magistrados é uma associação civil de cunho científico e cultural, sem finalidade lucrativa, idealizada para valorizar o Poder Judiciário e a Magistratura. Foi fundado em 8 dezembro de 1999, por 21 juízes de primeiro grau, com o objetivo de defender as prerrogativas e a dignidade dos magistrados e propor demandas coletivas na defesa desses interesses. Está sediado na cidade de São Paulo e conta atualmente com mais de 1 mil associados, entre membros titulares, colaboradores e honorários. Desenvolve estudos dos direitos internos e internacionais, promove pesquisas, incentiva projetos sociais e edita livros e revistas que favoreçam a divulgação da ciência jurídica e da cultura em geral. Mantém uma biblioteca com material específico relacionado ao Poder Judiciário; realiza eventos e debates sobre temas relacionados à magistratura e projetos em parceria com outras instituições visando fortalecer a sociedade e esclarecer informações sobre a posição e as atribuições dos profissionais do Judiciário, além de promover cursos de capacitação e aperfeiçoamento profissional.

 

Para mais informações e agendamento de entrevistas:

Convergência Comunicação Estratégica

Ana Purchio -- (11) 99978-9787

E-mail: ana.purchio@convergenciacom.net

compartilhe: